Neste campo, a comissão de música sacra da nossa diocese, vem colocar à reflexão dos directores de coros alguns temas. Para facilitar na reflexão, e antes de serem colocados alguns tópicos de reflexão, deixamos alguns textos para meditação, e uma pergunta, que nos ajudará a tomar consciência do que pensam aqueles que trabalham domingo após domingo com as nossas assembleias celebrantes.
Esperamos a vossa aberta participação, ou por email, ou em comentário aqui no blog.
Comecemos então:
Que pensam actualmente os directores de coros da nossa Diocese sobre a música que se deve executar na liturgia?
Texto 1:
“Podemos afirmar que a liturgia cristã , em virtude da sua natureza, possui uma dimensão musical intrínseca - a música é a sua ‘parte integrante e necessária’(Constituição sobre sagrada Liturgia do II Concílio do Vaticano Sacrossanctum concilium [SC] 112.). Por isso, possui também uma ‘musicalidade’ enquanto as suas acções estão especialmente vocacionadas para acontecerem através da presença da linguagem musical.” (p. 36) “[...] temos necessariamente de ter em conta o maior ou menor grau da sua ligação com as acções litúrgico-rituais, ou, por outras palavras, a sua capacidade de se fazer liturgia. É esta qualidade que designamos por liturgicidade: a capacidade de determinado momento musical ser expressão de uma acção ritual litúrgica, através do meio que lhe é próprio - a linguagem dos sons.”(p. 37) “[...] a música litúrgica é expressão da acção celebrativa da Igreja, através da qual os crentes manifestam e celebram a sua fé, [...], entram em dinâmica de salvação própria de quem se sente participante do mistério de Cristo.” (p. 37) “A música, dá [à liturgia] existência e forma, exercendo uma função morfológica [...]. A música não é algo que vem de fora para estar presente na liturgia, ela própria se faz acção litúrgica (Cf. SC 29; Instrução Musicam Sacram, a Música Sacra na Sagrada Litúrgia (5.3.1967) [IMS] 13)” (p. 37) |
(ANTUNES, José Paulo Costa, Liturgicidade da música, Arte e Liturgia, COMMUNIO XVIII (2001/1), Revista Internacional Católica. pp. 36-49) |
Para mim a escolha das músicas para a liturgia é uma das tarefas mais complicadas. É preciso escolher músicas adequadas a cada momento litúrgico, não só em termos de letra mas também tendo em conta os instrumentos, o ritmo, etc.
ResponderEliminarPara além destas preocupações temos que ter em conta o próprio coro, os gostos e motivações dos seus elementos e a sua capacidade para interpretar os cânticos (não serve de nada escolher um cântico muito bonito e apropriado se o coro não o conseguir cantar). Temos também que respeitar os gostos e sugestões do celebrante. Finalmente e talvez uma das preocupações mais importante passa pela própria assembleia. Existem cânticos mais apropriados para missas de crianças, jovens, ou para uma assembleia mista.
Dadas todas estas preocupações torna-se uma tarefa complexa e é impossível por vezes cumprir todos os requisitos. Com a ajuda do Espírito Santo vamos tentando aprender e ajudar a comunidade a viver a liturgia de forma mais intensa e comprometida.
Estas são as minhas ideias gerais que espero possam iniciar uma discussão que será proveitosa para todos.
Abraços fraternos,
Jorge Pena